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SAGA 2017: Quadrinhos regionais enfrentam uma longa odisseia contra a desvalorização, mas sem perder a determinação

Por Leonardo Figueiredo 



O SAGA é um evento cujas atrações abrangem o diversificado público nerd, do fanático por games ao devoto por animes. Porém, a feira, que em 2017 está em sua 12ª edição, também insere em sua programação um espaço para quadrinistas e ilustradores locais exibirem seus trabalhos.  

Infelizmente, a expectativa de interesse pelas HQ’s das pessoas que visitaram o evento foi abaixo do esperado. É o que relata Alexsandro Alves, 42, professor e quadrinista, revelando a falta de incentivo que existe para se ler quadrinhos potiguares. “Os potiguares desprezam os quadrinhos potiguares”, desabafa. Ainda segundo ele, os jovens, pelo menos os que manifestam gostar de ler, destinam sua procura mais para quadrinhos de heróis norte-americanos. 

Alexsandro admite que eventos como o SAGA ajudam a fazer com que o público valorize as HQ’s, mas é preciso uma estrutura mais chamativa para prender a atenção de quem visita o ambiente. “No primeiro dia só vendi um exemplar”, confessou.

No entanto, é admirável ver que os quadrinistas e ilustradores potiguares não desistem tão fácil e existem iniciativas que mantém o gênero firme na capital do estado. Quadrinhos Estúdio e Escola de Desenho é um projeto que já existe há alguns anos em Natal. José Veríssimo, 37, diretor da escola, diz que o objetivo dos cursos oferecidos é ensinar a história das revistas em quadrinhos e desenhos voltados para ilustrações e para o mercado de quadrinhos.

“Nós usamos eventos como o Saga para fazermos divulgação de cursos e também pré-matrículas. A escola trabalha com cursos semestrais, os quais são divididos em blocos de assuntos. As aulas são excessivamente práticas e, por exemplo, no curso de desenho temos a parte de anatomia, perspectiva, luz e sombra, composição”, explica José.

Embora o Brasil esteja passando por um fenômeno de expansão no que diz respeito à produção nacional, o processo de construção de leitores norte-rio-grandenses permanece lento. O mercado de quadrinhos potiguar é pulsante, novos artistas e obras surgem a cada momento, e o Saga é a evidência de que a produção regional é bastante ativa. O caminho ainda é repleto de obstáculos, porém a determinação continua e sempre será possível enxergar uma luz no fim do túnel.



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